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Governo de SP realizará audiências sobre programa logÃstico de cargas e passageiros
O governo de São Paulo vai realizar audiências públicas até o fim deste ano para debater a viabilidade de um programa logístico de cargas e passageiros a ser desenvolvido ao longo dos próximos 20 anos.
Pelas estimativas, o investimento privado pode chegar a R$ 70 bilhões, sendo 77% para o setor ferroviário.
O plano prevê linhas de expresso de cargas, trens intercidades e obras rodoviárias e ferroviárias na macrometrópole paulista, que compreende os arredores da capital e dos municípios de Campinas, Sorocaba, Baixada Santista e São José dos Campos.
Estudo
Um estudo finalizado em julho pelo consórcio PRO-TL serve de base para as discussões. Ele estrutura alternativas para desafogar o trânsito e acelerar o transporte de cargas ao Porto de Santos.
O estudo contempla um sistema intermodal com projetos de 600 km de infraestrutura ferroviária, 300 km de rodovias e 13 plataformas de logística a ser implantado até 2040.
A Secretaria de Logística e Transportes está apresentando a ideia a entidades de classe para colher informações. Já teve reuniões com o Instituto de Engenharia e com a ABCR (Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias).
Entre os projetos, a Linha Verde é uma nova rodovia que ligará a capital paulista ao Porto de Santos - cujos contêineres hoje são recebidos quase exclusivamente pela Anchieta. Duas empresas apresentaram propostas e têm até novembro para formular os planos para as obras.
Além de ligar o Rodoanel ao porto e à Rodovia Cônego Domênico Rangoni, o corredor logístico também poderá servir como acesso ao litoral paulista, o que melhoraria o fluxo de Anchieta e Imigrantes.
Outro projeto é um “serviço intermodal caminhão-trem-caminhão” para o transporte de cargas (sistema chamado Expresso Cargas). Esse vetor comportaria trens de 800 metros de comprimento e 41 vagões capazes de carregar 1.250 toneladas e atingir 120 km/h.
A ideia é que grãos e produtos industriais com destino a Santos, por exemplo, sejam transportados sobre a mesma ferrovia que pessoas. A alternativa desafogaria as
rodovias dos veículos e de caminhões. A produtividade dos troncos radiais da macrometrópole é considerada baixa: 32% dos caminhões circulam vazios.
Pela proposta, carregamentos do interior do estado chegariam a centros de distribuição situados em plataformas logísticas regionais (como de Campinas, Sorocaba e São José dos Campos), onde seriam unitizados em caixas apropriadas ao transporte, chamadas de VUCBoxes.
Lá, passariam por classificação, separação e etiquetagem para o envio direto aos destinatários, assim como é feito nos grandes armazéns de empresas do varejo. Depois, seriam acomodadas nos vagões do Expresso Cargas com destino às plataformas logísticas urbanas, onde seriam carregadas em caminhões leves e semileves para a entrega nas cidades.
Todo esse processo, incluindo o serviço, ficaria com o setor privado. Ao setor público caberia fomentar e fiscalizar o desenvolvimento das ações.
Além de desestrangular as rodovias, a intenção da pasta é transformar a região em um “hub logístico continental”.
O estudo cita outros projetos laterais que precisam se desenrolar para garantir a eficácia do plano, como o do Ferroanel, e o da Rodoanel Norte, em processo de licitação e com conclusão prevista para 2023