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Pesquisa da FETRABENS mostra que mais de 37% dos motoristas autônomos se aposentarão até 2026
Cerca de 37% dos motoristas autônomos no transporte rodoviário de cargas se aposentarão até 2026 e, caso não sejam tomadas ações que tornem a atividade desse profissional mais acessível e atrativa, a movimentação de cargas poderá, em um futuro próximo, sofrer um “apagão”.
Essa é uma das conclusões da mais nova pesquisa da Fetrabens que, dentre outras coisas, indica o aumento da demanda no transporte, o envelhecimento dos profissionais que atuam no setor rodoviário de cargas e a falta de renovação da mão de obra como as principais causas da falta de autônomos no mercado nacional.
Radiografia dos Transportadores Autônomos
A pesquisa Fetrabens analisou dados de 11.199 motoristas autônomos de cargas. Nesse universo, nas faixas etárias que possuem profissionais trabalhando:
- 0,02% possuem entre 26-30 anos;
- 0,72% possuem entre 31-35 anos;
- 5,67% têm entre 36-40 anos;
- 11,60% dos profissionais têm entre 41-45 anos;
- 13,42% têm idade entre 46-50 anos;
- 15,49% possuem entre 51-55 anos;
- 15,68% têm entre 56-60 anos;
- 16,05% possuem 61-65 anos;
- 14,57% têm idade de 66-70 anos;
- 6,73% estão na faixa etária de 71 a 75 anos.
Na amostra não foram identificados profissionais nas faixas etárias dos 20-25 anos e dos 76-80 anos.
Profissionais perto de se aposentar
Na análise dos dados, os profissionais que possuem mais de 61 anos de idade, que estão na iminência de se aposentar, representam 37,33%.
O maior contingente de profissionais está nas faixas etárias de 51 a 65 anos, com 5.290 profissionais, o que representa quase metade (47,23%) da força de trabalho do transporte rodoviário de carga.
Predominância masculina no TRC
A pesquisa ainda identificou que no universo analisado, é predominante o público masculino (90%, o que representa 10.082 homens) em contraste com o feminino (10%, o que representa 1.117 mulheres).
Motivos para a falta de atratividade na profissão
A Pesquisa Fetrabens identificou alguns fatores que inibem o ingresso e a permanência de profissionais no setor como:
• Ausência de infraestrutura ao longo das rodovias (como pontos de parada e descanso);
• Insegurança aos motoristas em seus trajetos e locais de descanso;
• Baixa remuneração;
• Desprestígio da profissão,
• Falta de políticas públicas em prol do setor e de seus profissionais;
• Ausência de cursos de formação para novos motoristas;
• Ingresso de pessoas na atividade sem o devido conhecimento administrativo e logístico e que, em virtude de seu despreparo, cria um sistema burocrático, lento e ineficiente, que promove ainda mais o afastamento da profissão.
Outro alerta da pesquisa: quando o motorista autônomo, ao ser contratado, é mal remunerado, contribui-se para o empobrecimento do setor e para a diminuição do consumo no setor privado, que é o maior contratador desses profissionais.
Ausência de interesse pelos mais jovens
A falta de interesse dos mais jovens pela profissão acende uma luz amarela para os próximos anos. Sem a procura de novos e jovens profissionais, não há oxigenação e perpetuação da atividade de motorista.
Em poucos anos, caso não se tomem providências, vislumbra-se um cenário perturbador para o nosso país: a economia nacional estará ariscada a suportar altos índices de inflação, com consequente repasse para o consumidor final, além de problemas que serão percebidos a partir da mobilidade em médias e grandes cidades e o desmantelamento da cadeia de suprimentos.
Soluções imediatas
Governos, entidades sindicais e a iniciativa privada precisam se esforçar (ou manter seus esforços) para proporcionar condições ímpares para a melhoria da infraestrutura de apoio e descanso nas rodovias, massificar campanhas que promovam a melhoria da imagem do profissional ao volante, apoiar a criação e incremento de cursos de formação e qualificação para novos motoristas, instituir políticas públicas de reconhecimento, incentivo, empreendedorismo, permanência e proteção de direitos a esses profissionais, além do incentivo da inclusão de mais jovens e mulheres na profissão.
Deseja saber mais sobre essa Pesquisa da Fetrabens? Se sim, clique nesse link: https://transportenamidia.fetrabens.com.br/pesquisa-fetrabens